Jessica


Jessica Carvalho. 20 verões. Técnica de Informática. Estudante de Relações Públicas na UERJ. Caçula. Arrisca um espanhol. Aspirante a fotógrafa. Finge ser designe. Flamenguista assumida. Adora um drama. E, a princípio, pode assustar. Cuidado.




Sou dramática sim. Às vezes infantil com tanta insistência. Mas estou longe de ser boba. Eu sei o que eu quero. De vez em quando posso até parecer meio fria e sem coração, mas não é intencional, eu juro. Quando eu não gosto, não gosto. Quando eu gosto, gosto demais do ponto. Muitas vezes me prendo aos meios termos. Mas de meio, só os termos. Não gosto de meias verdades, nem meias promessas, nem meia consideração. Confesso que, às vezes, me contento com o meio gosto, mesmo sabendo que pode me fazer mal. Engraçado...tenho paixões de anos, de meses, de semanas, de um dia. Quem sabe até de algumas horinhas. Sou inconstante, porém certas vezes previsível. Mas não se incomode quando eu agir completamente diferente do esperado, nem sempre as atitudes me são fiéis. Sou diversas em uma só. Sou uma com você, uma com eles e elas, uma com aqueles e aquelas. Longe de ser falsa, apenas me adapto ao ambiente e as pessoas que estão a meu redor. Posso não falar tudo o que penso a você, mas saberá tudo aquilo que é passível de você saber. Para que esconder? Ou para que não esconder? Há tanta coisa em mim que nem eu sei. Sou impulsiva, ajo sem pensar...ou ajo impulsivamente depois de tanto pensar. Erro muitas vezes e muitas vezes cometo o mesmo erro. Faz parte. Sou muitas vezes egoísta também, teimosa, orgulhosa. Já prendi sentimentos tantas vezes que hoje os liberto, não consigo segurá-los por muito tempo. Aprendi a ser mais amiga, a ser mais carinhosa e saber demonstrar mais os sentimentos de amizade. Embora eu pareça não me importar com você, eu me importo sim. Queria aprender a pensar mais nas pessoas também. Os olhos podem revelar muitas coisas, mas só aquele que tiver uma certa sensibilidade a isso notará. Já disse que sou perceptiva? Mas na maioria dos erros de percepções são referentes a mim mesma. Faço caras e bocas quando falo. Sou bastante expressiva. Um erro, talvez. Não sei disfarçar quando estou incomodada. Minha afobação me incomoda. Minha mania de querer estar sempre em algo de diferente também. Sempre assumo muitas responsabilidades ao mesmo tempo. Tenho pressa. Uma pressa de viver e querer. Não gosto de indiferença. Gosto de atenção, gosto de carinho e demonstrações de carinho. Não me trate com falsidade, nem queira ser muito simpático. Posso saber que você não gosta mim...mas não contarei jamais. Adoro imaginar diversas situações. Criar momentos na minha cabeça. Adoro escrever com o coração sem razão, me sentindo uma Lispector, Meireles, Queiroz. Tenho diversos tipos de sorrisos. Preste atenção e um dia, quem sabe, saberás.





"Meu tema é o instante? meu tema de vida. Procuro estar a par dele, divido-me milhares de vezes em tantas vezes quanto os instantes que decorrem, fragmentária que sou e precários os momentos - só me comprometo com vida que nasça com o tempo e com ele cresça: só no tempo há espaço para mim."


"(...) Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Adoro a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que me deixa exausta. Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo. Sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar... Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente. Acredito em coisas sinceramente compartilhadas. Em gente que fala tocando no outro, de alguma forma, no toque mesmo, na voz, ou no conteúdo. Eu acredito em profundidades. E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos.
São eles que me dão a dimensão do que sou."
 (M. de Queiroz.)

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