quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Curiosamente

Ao folhear um livro numa dessas bibliotecas a céu aberto, Clara encontrou dentro de um deles um papel amassado, um pouco rasgado, mas que ainda dava para ler bem a letra cursiva escrita em tinta vermelha. Não estava datado, tão pouco assinado, mas estava claro que quem o escreveu, não queria que ninguém mais lesse.

Em caligrafia delicada, tais palavras manchavam de vermelho o papel:


"Curiosamente ainda espero você me enviar uma mensagem para dizer que andou pensando em mim, que sentiu saudades, que gostaria de me encontrar. Curiosamente ainda espero  você me dizer que gostou daquela noite, que se pudesse repetiria muitas outras vezes. Como espero que num desses encontros casuais me roube um beijo travesso, do jeito que sabe fazer, com mãos ao redor da cintura, um sorriso escondido, um carinho na nuca. Curiosamente espero, sem nenhuma pretensão, sem nenhuma esperança de que esses desejos sejam seus também, além de somente meus".


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