sábado, 8 de junho de 2013

Não precisou dizer adeus...



As mãos estavam sobre a mesa. Ela passava os dedos uns sobre os outros, aparentando inquietude. Ele se fixava ao celular... mãos e dedos que respondiam mensagens de alguma rede social. O silêncio ali permaneceu por longos e eternos minutos. Não se conteve. Levantou-se num impulso. Não disse adeus ainda que as palavras quisessem se desenrolar dos nós da garganta.

Os que se surpreendiam ao ver essa cena momentânea e observavam os olhos da menina que se levantava, podiam não saber o que a motivou agir assim. Mas tinham certeza de que a coragem foi sua maior conquista para aquela noite. 

Murilo não olhava Clara nos olhos. Enquanto ela falava com espontaneidade, sorrindo, gesticulando. Falava com os lábios, olhos, mãos, cabelos... Clara era assim. Era dela. Porém, notável, com Murilo era diferente. Tudo era feito e pensado na melhor forma de encantá-lo, conquistá-lo. Ele notava? Ele não estava ali porque queria? Ele sabia o quanto era importante aqueles minutos de sua atenção? Clara sabia que sim. Para todas, sem exceção. Murilo sabia o que causava em Clara...só não queria. Ela sabia.

Naquele instante, sentados na mesa de um bar, Clara teve certeza de que por mais que fizesse de tudo...nada mudaria. Foi nesse momento que ela que resolveu mudar. E nem precisou dizer adeus.



Pensar:


 I'm living on such sweet nothing
But I'm tired of hope with nothing to hold
I'm living on such sweet nothing


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