terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Possibilidades

Feliz Natal a todos. ;)
Que os presentes sejam possibilidades.


segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O recibo que se apagou...


Clara se despertou depois das duas da tarde, mas ainda tinha sono. Não sabia o motivo, sequer tinha saído na noite anterior. Apesar disso, lutou contra suas vontades, se levantou da cama, lavou o rosto, preparou o café da manhã e sentou-se à mesa do computador para revisar tudo que era necessário fazer. Percebeu que ele estava online. Não se importou, não cogitou a ideia de puxa conversar. Estranho.

“Estranho não ter mais aquela vontade de falar com você, de te procurar, de querer saber o que está fazendo, se vai postar alguma música para escutar”, pensou.



Antes parecia que Clara tinha uma necessidade incontrolável de buscar ao Murilo, de saber como ele está e se com ela queria falar, conversar, bater papo...mas, dia após dia, aquilo tudo que Clara sentia foi desaparecendo, igual àqueles recibos de caixas eletrônicos que vai se apagando aos poucos. Só que dessa vez parece que Clara não havia tirado um xerox para ter de comprovação.

O mesmo parecia passar com Murilo...ao menos era o que Clara acreditava. Só que com ele passou em um tempo diferente, bem antes dela perceber que algumas letras de seu recibo já não apareciam mais.


Pensar:
 
.






sábado, 1 de dezembro de 2012

Quando queremos fugir da realidade..



Todos os dias, às 6h da manhã, com o sol já aparecendo na janela do quarto, o despertador de Manuel o indicava que era a hora de se levantar para mais um dia de sua rotina. Olhava para o lado e via Luiza, sua noiva, ainda sonolenta, com os olhos meio fechados, meio abertos, uma preguiça bonita de se ver. Se não tivesse que se levantar, ele ficaria horas ali, ao seu lado na cama, apenas observando-a. Olhava para cada traço de seu rosto e para cada contorno de seu corpo. Traços e contornos que o encantavam e o seduziam.

 - Fique só mais um pouquinho aqui comigo. – Disse Luiza, abrindo os olhos, com uma voz encantadoramente rouca de quem acabou de acordar.

Manuel silenciou por alguns segundos, abraçou e deu-lhe um beijo de bom dia. Ficou pensativo, buscou o que dizer, balbuciou com as palavras.

- Não posso meu amor, embora quisesse. Você sabe que se chego mais uma vez atrasado ao trabalho, me demitem e – parou as palavras por alguns segundos - Como viveremos sem ele?

 Manuel e Luiza, embora não sejam casados, vivem juntos há um pouco mais de sete anos. Ele a conheceu ainda na Faculdade, quando tinha a sua bandinha de Rock – em diminutivo, pois era assim que se referia Luiza à banda antes dos dois engatarem um namoro. Manuel acredita que foi esse diminutivo o grande motivo para os dois começarem o romance. Uma vez na faculdade, depois de um dos shows de sua banda, ouviu Luiza comentando com uma amiga sobre o concerto. Ela usou tantas vezes a palavra “bandinha” que Manuel ficou irritado a ponto de perguntá-la o motivo pelo qual se referia assim. Isso foi apenas mais um truque de Luiza, pois sabia perfeitamente que o vocalista da banda a estava escutando e sua provocação foi toda feita de ato pensando, afinal, aquele rapaz de cabelos revoltos em cima do palco chamou sua atenção e ela não poderia negar.

Depois de esse dia, os dois nunca mais ficaram longe um do outro. Sempre juntos na faculdade, nos bares, nos shows. Após estar formado em Economia e Luiza em Artes, resolveram viver juntos, ainda sem pensar em casamento. Manuel seguia com os shows de sua banda, porém a cada semestre um membro abandonava esse sonho. Apenas vivendo de shows não era suficiente para ter estabilidade na sua vida e, tendo a certeza disso, Manuel teve que se desfazer também desse sonho.

Depois de um ano, conseguiu um emprego em uma empresa de investimentos. Trabalhava de 8 da manhã até às 5 da tarde. Uma carga de trabalho intensa. Era formado em economia, porém não gostava sequer de números. Queria viver de música e fazer dela a sua vida, mas a realidade dos fatos não o deixou.

Desde então, sempre as seis manhã, quando ouvia o despertador, não sabia se se desesperava ou se sorria. O único momento que o deixava feliz, tirando todos aqueles que estava ao lado de Luiza, era quando estava embaixo da ducha, tendo a liberdade de cantar para si mesmo e para a vida.

Inevitáveis



Despedidas são sempre inevitáveis. ;)


É difícil saber que tudo isso aqui tem dia e hora para terminar, como uma data de validade que dentro de uns meses está prestes a vencer. E como cada um tem sua data de partida, a despedida é divida em infinitas vezes e isso, de alguma forma, te faz pensar quando será a sua vez de dizer um "hasta luego" e voltar a sua vida, a sua realidade, a sua rotina. 



Depois de um tempo, de uns meses, de uns dias, todos seguirão seus rumos, fechando ciclos para iniciar outros. A vida é assim, e, assim mesmo, ela é incrível. ;)


Publicado em 27 de novembro em minha página no Facebook.

terça-feira, 6 de novembro de 2012

Intensamente, repito.



Logo, logo, três meses. Três meses de distância, de saudades, de vontade de querer voltar, de vontade de querer ficar. Vontade de não querer pensar no tempo que voa e que quando voa percebo que por aqui estou de passo. De passo em uma cidade que não é minha, mas sinto como se já fosse. Mas, ai... que saudade do Rio! Que saudade do Brasil!

Em meio a tantos pensamentos, não sei ao certo o que definir aquilo que sinto. Depois de esses três meses me sinto como se já estivesse me despedindo de Medellin. Por quê? Ainda me restam alguns meses. Fico triste. Fico feliz. Penso, penso e penso. E choro. E rio. E quero voltar. E quero ficar. E quero ficar mais.

Mas, percebo, minha realidade não é aqui. Minha realidade está lá no Rio. Aqui estou de passo, repito a mim mesma. Para que se importar tanto com isso? Para que pensar tanto nisso? Não pense. Viva somente. Intensamente. É o que se está fazendo?

Tantas situações cotidianas, tantas experiências, tantas impaciências. Dias de “inferno” astral? Dias de “contribuição” do universo?  Aqui sou eu e eu somente. Já tive que ser firme, enfrentar de cara, não fugir da raia. Não desistir. Aqui sou eu e o mundo. Já tive que dançar todos os ritmos, aprender palavrões colombianos, já tive que (tentar) parar de sorrir para não me doer a barriga. Já sonhei. Sonhei só que não se realizou. Sonhei e, sim, realizou e está se realizando. Aqui estou. De viagem, de passagem, de saudade. Eu quis. Eu sempre quis. Não a tristeza. Não os choros. Ou consequências. Quis os risos, sorrisos, gargalhadas. Não se importe. Viva. Intensamente, repito. 
E sorrio.


Pensar:


E quando o dia não passar de um retrato
Colorindo de saudade o meu quarto
Só aí vou ter certeza de fato
Que eu fui feliz
O que vai ficar na fotografia
São os laços invisíveis que havia
As cores, figuras, motivos
O sol passando sobre os amigos
Histórias, bebidas, sorrisos...


Fotografia - Leoni


sábado, 6 de outubro de 2012

Ao contrário



Começou com umas apresentações, um boa-noite e um "Eu sou Murilo...". Tão pouco se falaram, perguntaram as idades, o que faziam da vida. Apenas o nome bastara naquele momento. Principalmente porque Clara não tinha nenhuma intenção, nem o achara o cara que mudaria sua vida. Não naquela noite que começou sem sentido e terminou também. Uma noite sem dar um "até logo" ou um "foi um prazer conhecê-la", ou, ainda, "me passa o número do seu celular ou o seu nome do Facebook?". Nada disso. E se estressar para quê? - pensou a menina.

Chegou em casa as 4 da manhã. Foi uma noite legal, com pessoas legais, num lugar legal, com um final nem tão legal assim...mas, tudo bem, nada como o término de uma noite e o início de um dia. Entretanto, no dia seguinte o rumo da história mudou completamente (ou quase completamente). Um nome, uns abraços e um até logo não dito não podem revelar muito sobre uma pessoa. Também não se conhece mais depois de outra festa, outro abraço, mais um silêncio e um até logo interrompido. Clara continuou a não se importar tanto, a não se queixar tanto, a não esperar tanto. Melhor assim, pensou.

Mais alguns dias, mais algumas conversas, sem abraços, sem contato, sem olhares cruzados. Como mudou? Por que se importou? Por que esperou? Simples, ela conheceu Murilo ao contrário. Primeiro veio o abraço, o contato, o beijo, mas todos de um anônimo, uma pessoa que desconhecia. E depois passou a se encantar com os detalhes, com as frases, com a exposição diferente de falar sobre o "ser", com a forma simples de falar sobre amor. 


Clara pensa: "Agora não seria o momento."


Pensar:


"A análise constante das nossas sensações cria 
modo novo de sentir, que parece artificial a quem analise só com a inteligência, que não com a própria sensação."

"Sou em grande parte, a mesma prosa que escrevo. Desenrolo-me em períodos e parágrafos, faço-me pontuações, e, na distribuição desencadeada das imagens, visto-me, como as crianças de rei com papel de jornal, ou, no modo como faço ritmo de uma série de palavras, me touco, como os loucos, de flores secas que continuam vivas nos meus sonhos."

Fernando Pessoa


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

En otra lengua - fragmentos de um livro




Na primeira semana de aula na Facultad de Comunicaciones tivemos uma reunião de boas-vindas para nos apresentarmos e darmos uma entrevista a revista da Faculdade. Nesse dia, nos "regalaron" com alguns livros publicados pela faculdade. Um deles se chama "Seis poetas de la academia", que reúne a biografia de cada um, assim como alguns de seus poemas. Sou suspeita para falar, é claro, pois a poesia me encanta, me fascina, me atrai e conta aquilo que, algumas vezes, não consigo retratar com perfeição. E, em outros casos, diz aquilo que eu tenho receio de colocar nas palavras, com medo que alguém as leia, que desvendem o que eu realmente quero dizer com aquilo que tenho escrito. Não que eu tenha muito o que esconder, tão pouco que acontece coisas extraordinárias na minha vida amorosa, ou seja lá o que for. Os poemas do livro parece ter um conteúdo rico em significados, mistérios, histórias, cenas, fatos, sentimentos. Queria que alguns desses poemas fossem meus. Ou fossem feitos para mim.




Fragmentos...

"Leer un poema, comprender un poema, es sentir su sentido. 
El lenguaje poético sólo tiene sentido si suscita 
una experiencia constitutuida por la manifestación misma de este sentido".
 Jean Cohen

"Es  preciso saber destruir y construir su orden vivivo, leer al revés y al derecho, al azar y en todos sentidos, provocar sus sorpresas; ponerla en perspectivas inesperadas, tal vez de sí misma, leerla y releerla, y volver a releerla (...)" 
Jean Lescure




Pensar:

En otra lengua - Elkin Restrepo


No hablaban
el mismo idioma.

Además
estaban de paso
en una ciudad
que no era la suya

El encuentro sucedió
en una calle
cualquiera,
de la cual desconocían
hasta el nombre.

No en sua calle,
ni en su ciudad,
ni siquiera en su lengua:
en un mundo
fuera del mundo.

Sorpresa, inquietud
risas,
ante tanta
impossibilidad junta.

¡Que manera
enrevesada 
de cruzarse el amor!

No contaban,
sin embargo,
con otra oportunidad.

Hablaron sin entenderse,
caminaron 
sin saber dónde.


En un bar,
mientras compartían un café,
no dejaron de mirarse a los ojos.

Mejor el silencio
que las palabras.

Mejor los besos
que los obstáculos
invalsavles.

Y aunque
aquélla no era su ciudad, ni ése su idioma,




Ni el mundo, su mundo,
el amor muy pronto
les entregó
algo propio  
conocido.

El amorr
y su fino encaje
de azares y circunstancias.







Por fim, deixo a vocês uma música para o dia de hoje. ;)


"You want a revelation. You wanna get it right. But it's a conversation I just can't have tonight."





domingo, 16 de setembro de 2012

Longe de casa, há mais de 4 semanas...


Colombia, te quiero!

Amanhã, dia 17 de setembro, faz um mês que estou longe do conforto e aconchego do meu lar. Não que aqui eu não tenha, mas estar ao lado dos mimos da mamãe é sempre melhor. Ela me disse: “Filha, parece que você está um ano longe de casa!”. Risos. Sempre dramática. Deve ser por isso que tenho esse jeitinho todo dramático de ser (também).



Falemos, então, do primeiro mês longe de casa. Fácil? Não, de longe não está sendo fácil. Rss Mas, gratificante? Isso com toda a certeza que há de existir. Quando se está longe de casa você se depara com inúmeras coisas que antes não ligava se eram ou não feitas por você, como, por exemplo, a roupa lavada quase todos os dias, o almoço fresquinho quando chega da faculdade... Agora, tem que se pensar nisso e em tudo isso. Hahaha  

Brincadeiras à parte, devo dizer que estar a cada dia longe de casa é uma nova emoção, uma nova experiência. A Colômbia está me fazendo muito bem! E não, eu não estou vendo violência gratuita pelas ruas, armas em cada canto ou pessoas me oferecendo drogas nas esquinas. Não, meu amigo, a Colômbia é não é apenas aquilo que vemos nos jornais, na televisão. A Colômbia se faz de cores, sabores, ritmos, pessoas, cultura!




Guatapé - Colômbia


Todas as saídas, passeios são sempre recheados de diferentes nacionalidades, pensamentos, culturas. Cada qual com sua bagagem de conhecimento, prontos para abri-las e compartilhá-las com as pessoas ao seu redor.

Ao pensar nos dias que já se passaram vejo quantos acontecimentos inusitados, tensos, engraçados e incríveis já ocorreram. Vou aprendendo a lidar com as emoções, com as palavras que me escapam em determinados momentos, com as frases que não compreendo, com os demasiados “Cómo? Qué?” que passam por mim. Ainda, com as diversidades, a não se guiar pelos estereótipos...somos muito mais que apenas um palavra, ou duas, ou três...Somos aquilo que vemos, ouvimos, aprendemos, experimentamos e, acima de tudo, aquilo que compartilhamos com as outras pessoas. 

Vejo que há muito por aí para vermos, sentirmos, experimentarmos e estar em outro país, às vezes tão parecido e tão diferente ao meu, me faz sentir parte dessa troca. Saudades? Claro. Mas, se perguntarem se quero voltar nesse momento para o Brasil, diria que não, não por agora.  Ainda há muito que compartilhar. Ainda tenho muito o que aprender. Eu quero isso. E, de verdade, acho que sempre quis e esperei. ;)


Bloco 12 - Universidad de Antioquia
Um professor da Faculdade deu uma missão aos alunos: a cada aula trazer algo diferente para compartilhar com os demais. Ele nos disse que alguém que passa uma semana sem assistir a um filme novo, sem ouvir uma música nova, sem conhecer uma pessoa diferente ou sem ir a algum lugar inusitado, passa uma semana em branco. Temos tão pouco tempo para preencher nossas páginas. O tempo passa e a gente nem percebe.

Por esse e por outros tantos motivos, quero aproveitar ao máximo cada dia aqui na Colômbia.  Quero ter diferentes experiências, conhecer pessoas fantásticas, experimentar frutas e comidas seja doces ou salgadas, ou a mistura desses dois sabores, que é o que vemos normalmente por aqui. Rsrs. Quero ir a lugares inusitados, dançar todos os ritmos (e fatalmente pagar mico dançando todos eles...) hahahaha




Piedra del Peñol - Guatapé

Assim é a vida. E é assim que ela se torna incrível.



Pensar:


Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos, e carinhos sem ter fim


Tom Jobim - Chega De Saudade


terça-feira, 21 de agosto de 2012

"Gente, tô na Colômbia"!




Disse um “até breve” para o Rio de Janeiro na última sexta-feira. Sai de casa bem cedinho, antes de o sol nascer. Entretanto, até chegar ao aeroporto, ele resolveu dar o ar de sua graça para mim e se despediu encantadoramente. 

Nascer do sol - Rio de Janeiro
A ideia de sair de casa e passar uns tempos longe me veio ali, na hora em que minha mãe me deu um abraço apertado e pediu para eu me cuidar e ter muito juízo, coisa de mãe, não é? Rsrs O lado bom é que, por mais longe que nós estejamos, a internet, o blog, o facebook, o skype, ajuda a não me sentir tão longe dos meus amigos e da minha família. É claro que a internet não substitui a pessoa ao seu lado, te olhando nos olhos, o som gostoso das gargalhadas....nada disso. Mas, de alguma maneira, ela não deixa você se distanciar daquela pessoa querida. 



Conexão - Bogotá
Peguei o vôo às 8h40 da manhã de sexta, porém teria que estar no Galeão com no mínimo duas horas de antecedência. Meu vôo ia do Rio direto para Bogotá e de Bogotá tive que fazer uma conexão para a cidade que irei morar nos próximos meses, que é Medellín (ou meudedin para os íntimos). O vôo não poderia ser mais tranquilo.Ouvi músicas, vi dois filmes, dormi... hahahah Mas, de fato, foi cansativo. Afinal, foram mais de 7 horas num avião. Se calcular pelo horário do Brasil, sai de casa às 5h30 e cheguei em Medellín às 19h00. Como desânimo não combina muito comigo, tratei de fazer alguma coisa. Então eu e meus companheiros de quarto fomos comer um podrão colombiano (hamburguesas rsrs). E sobrevivi. Aliás, ele era muito saboroso. Hahaha




Medellin - uma cidade cercada de montanhas
No dia seguinte, sábado, damos uma volta ao redor da universidade em busca de apartamentos para morar e fechamos  a cinco minutos da faculdade para morar. O hostel que estou passando as primeiras semanas é bem legal, mas não dá para morar, pois é um pouco longe da universidade e também a diária não compensaria. 

Estação - Metrocable
Metrocable

 Depois de dar uma volta pela área da Universidade, fomos nos "aventurar" nos metrocable, que nada mais é que um metro em forma de teleféricos que dão acesso as comunidades daqui. É realmente enorme. Dá uma tontura, uma vertigem quando olha para baixo. hahaha  Lendo sobre, encontrei um matéria sobre as comunidades pacificadas do Rio de Janeiro e o teleférico do Complexo do Alemão. A matéria contavao que o governo do estado do Rio se "inspirou" nos moldes de Medellin.  Por aqui a coisa é gigante, o metrocable possui umas quatro estações, passando por cima das montanhas e você sente até a altitude. hahaha


Após nos aventurarmos no metrocable, resolvemos descer na estação do estádio aqui de Medellín para ver se conseguiríamos assistir a uma partida de futebol, um clássico tipo Flamengo e Vasco. O lado de fora já deu para ter uma ideia de como seria. Hahaha  Mas quis arriscar e foi bem divertido. O lado tenso da história foi quando o jogo acabou. Os torcedores ficaram agitados na saída do estádio e a policia local já estava formando um batalhão do lado de fora. Hahahaha  Tivemos que voltar para o hostel a pé e pegando uma chuva marota. (ainda bem que era perto) hahaha

Aqui é quase certo cair uma chuvinha ao final do dia e a temperatura da cidade cai bastante. Além disso, tem um vento gostoso e mesmo quando o sol está mais forte, você não sente muito a temperatura. Só quando esta nos onibus ou metrô...parece que eles não curtem uma janela nesses transportes. hahahahahah

Os primeiros dias foram com fortes emoções.  Rss E com toda a certeza, novas virão por ai...e vou contando para vocês. ;) 






Para ver mais fotos, vá até meu Flickr: flickr.com/photos/actitud_s2/

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O frio na barriga manda lembranças...

Última semana de Brasil
última semana de Rio de Janeiro 
(pelo menos até final do ano rsrs).


Durante os últimos dias não parei para planejar muito bem a viagem e pensar como será a minha vida nos próximos 5 meses. Fiquei mais preocupada em preparar a documentação para a emissão do visto, enviar para o consulado em São Paulo, ligar todos os dias para saber como está o andamento e finalmente remarcar a passagem, visto que soube a documentação não chegaria hoje, dia 13 de agosto, dia que, até então, eu estaria indo rumo a Colômbia. Fico agora aguardando a documentação enfim chegar aqui em casa.


Pensar que dentro de alguns dias eu estarei longe de casa não me assusta, até o momento. Rsrs Mas sei que a "ficha" pouco a pouco vai caindo. Acredito que o maior receio, pensando no hoje, antes do embarque, é estudar em uma nova Universidade, mesmo que por apenas um semestre de estudos. É como se eu fosse novamente uma caloura indo para o seu primeiro dia de aula. Aquela mesma sensação e frio na barriga que tive ao entrar para Uerj e ir para o primeiro dia de aula (leia-se trote, rsrs). É o novo que vem. É um novo que eu realmente não sei no que dará, mas, com toda certeza, estou ansiosa para descobrir.

Espero que eu possa aproveitar bem esse semestre, que faça boas amizades com os novos colegas de classe e que tenha excelentes professores (pacientes). hahaha


"Moro num país tropical, abençoado por Deus..."
Outro fato curioso é que quando você sabe que estará indo para um novo país, você passa a observar o seu país por uma outra perspectiva. Os costumes, o dia a dia, as músicas, as pessoas, tudo. É como se você se tornasse um turista na sua própria cidade. E isso também é maravilhoso. 







Pensar:



Viajar! Perder países! 

Ser outro constantemente, 
Por a alma não ter raízes 
De viver de ver somente! 
F. Pessoa




domingo, 29 de julho de 2012

Novo destino e muita ansiedade na bagagem



De vez em quando você precisa ter um pouquinho mais de paciência e saber esperar por algum momento. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde esse momento chegaria ... apenas não sabia como.




Assim que entrei na faculdade meus planos era estudar aquilo que eu gostava e conseguir um estágio para logo colocar em prática. Entrei e tão logo isso aconteceu. Não sei se por sorte ou destino, pelo menos até então, acredito que estou na profissão que quero seguir daqui pra frente e isso consequentemente atraiu muitas outras coisas.


Com o passar dos períodos na faculdade fui criando metas para o futuro e construindo pouco a pouco novos sonhos e desejos. Mudamos a nossa percepção de futuro e percebemos, também, que certas coisas não são assim tão simples quanto pensávamos há 10 anos. Provavelmente quando eu tinha uns 11 anos pensava em me casar até os 21 e ter filhos até os 23. Como mudou...  Talvez o destino não reserve isso para mim, não agora, não nessa idade. Talvez o meu “hoje” aos 21 anos seja para pensar em como tem muito que aproveitar. Em como há muito o que conhecer lá fora. E que observar apenas um mundo já não me bastava. Quis viajar, tirar as “lentes” da minha cultura que me censurava de entender as outras. 


Quis fazer intercâmbio. Mas cadê o dinheiro? 
Eis que com um pouquinho de sorte e ajuda do universo, eu conseguirei - pensei. E Consegui.


Desde que coloquei na cabeça a ideia de fazer intercâmbio, não importasse para onde fosse, tratei de correr atrás de bolsas de estudos. Na Uerj, infelizmente, as oportunidades são mais restritas para o meu curso. Até mesmo o Governo com o programa Ciências Sem Fronteiras “privilegia” outros cursos. Mas vamos correr atrás. Não é? Já havia me inscrito duas vezes no Programa Fórmula Santander, uma vez no Ciências Sem Fronteiras e duas no Programa de Bolsas Ibero-americanas, também do banco Santander. E na última tentativa eu consegui. Fui contemplada com uma bolsa do programa de bolsas Ibero-americanas! 


Ao ver o resultado fiquei por um momento imensamente feliz e em outro momento quase em desespero. Rsrs É engraçado que quando você conquista algo que tanto queria, a ficha cai lentamente e você custa a acreditar. Na realidade, acho que até o momento ela não caiu completamente. Talvez o novo assusta num primeiro instante. 


O mais surpreendente, para mim e para todos, é o destino: Medellín, Colômbia. Quando falo para onde irei, a pessoa por alguns segundos abre bem os olhos com ar de espanto e solta um inusitado “que diferente!”. Rsrs Alguns se assustam e me perguntam o porquê do país. E outros já estão falando por ai que eu selecionada para entrar nas FARC. Divirto-me com esse fuzuê todo! Hahahaha Esse programa de bolsas contemplava 5 alunos da UERJ e a opção de destino era, no caso da UERJ, a Colômbia. 


Vou viajar no próximo mês, por volta dos dias 13 a 20 de agosto. Nem preciso dizer que a ansiedade está a mil. Nunca fiquei tanto tempo longe de casa, ainda mais sozinha. Terei que aprender a me “virar” melhor. Usar de todo o meu espanhol, rsrs. O intercâmbio vai durar uns 5 meses, rapidinho! Mas, dependendo de quando começar minhas aulas aqui na UERJ, eu pretendo passar por outras cidades além de Medellín e, quem sabe, passear também por outros países até voltar de vez para o Rio. ;) 


Novidades é o que não me faltará! =]
A felicidade fez uma visitinha para mim e resolveu ficar por um longo tempo. 




"Living young and wild and free" ;)




terça-feira, 12 de junho de 2012

Dias de Sorrisos



Nesse Dia dos Namorados Clara só pensava em: “Nossa, a galera deixou para comprar os presentes em cima da hora”. Mas, refletiu, “pelo menos compraram e, provavelmente, também ganharão”. Ela andava pelas ruas pensativa, sem rumo certo, com certeza de que para a noite não havia nada programado. Esperava, quem sabe, por algo que mudasse os planos, que a levasse a um rumo diferente. Pensou em todas as possibilidades, imaginou todas as situações possíveis e, é óbvio, não aconteceu nada além dela ter que voltar para casa, se contentar em assistir a televisão e ler seus livros de cabeceira. Perguntava-se por qual o motivo, durante os últimos 10 anos de sua vida, ela passou essa data sempre pensando nas “possibilidades” e não nas “realidades”. Em alguns momentos realmente acreditava que o problema era com ela, aliás, que o problema era ela. Pensava que devia ser por seu jeito dramático de lidar com as emoções, ou, então, por sua aparência que às vezes era um tanto desajeitada. Em outros momentos aceitou, refletiu, se cansou de procurar e esperar, resolveu viver para si. Entretanto, no final de cada fase inconstante que sentia, via-se sozinha e sabia perfeitamente que era muito melhor sorrir a dois. Porém, perguntava-se todos dias antes de dormir, “Até quando precisarei que esperar por esse sorriso?”. Clara fechava os olhos e planejava pelos próximos momentos...


quinta-feira, 7 de junho de 2012

Uruguai: uma admirável surpresa

Viajar é trocar a roupa da alma.
Mario Quintana



Ahhh...como te extraño, Uruguay! s2

Ando sumida... queria postar mais vezes por aqui. Confesso que às vezes a preguiça e falta de tempo me consomem demais! Risos. Mas vamos ao que interessa nessa postagem. :p

Durante o mês de maio eu peguei 15 dias de férias no estágio. Sabendo desses dias preciosos, me programei final do ano passado para fazer uma nova viagem. Eu e uma amiga (que chamou também suas amigas) compramos passagens, meio por impulso, é claro. Tipo aquelas promoções que surgem e você tem que aproveitar, sabe? O destino? Uruguai! Mas, Uruguai?  Como assim? 

Pensando em aproveitar a viagem, pesquisei mais sobre o país. A passagem era Rio – Montevideo. Lendo sobre Montevideo, percebi que era uma cidade mais histórica, bem pacata, sem muita agitação. Pensamos que passar nove dias em Montevideo não seria muito interessante por não ter muito que fazer.  Então nós compramos passagens para passar uns dias em Buenos Aires e curtir a noite porteña. 


Como já tinha ido a Buenos Aires outras vezes, conhecia boa parte dos pontos turísticos. Mas como a cidade é incrível, não me importei de ficar alguns dias por lá. Fui a alguns lugares dos quais ainda não tinha ido, fui ao Pub Crawl (que queria ir da outra vez e não consegui), comi em alguns lugares diferentes e fui ao Bioparque Temaikèn – que é simplesmente lindo. Então, todas as vezes que fui a Buenos Aires fiz atividades completamente diferentes das outras. Assim que é o bom. ;)



Saímos numa terça do Rio, fizemos uma escala em Montevideo e chegamos a Buenos Aires na noite de terça. Ficamos lá até sábado, no qual pegamos um avião até Montevideo novamente.


Quando saímos de Buenos Aires foi uma despedida, um check-out, um até logo. Despedidas são sempre carregadas de sentimentos...é uma saudade e um pensamento de “Será que aproveitamos tudo o que poderíamos aproveitar?”. Entretanto, quando você se despede de um país e vai diretamente a outro, é diferente. É como se fosse, e é de fato, uma nova viagem, um novo check-in, a certeza de que virão novas experiências, novas culturas, novas pessoas e lugares para conhecer. É um renovar. ;)
Assim que desembarcamos no Aeroporto de Carrasco e pegamos uma van para o centro de Montevideo (o aeroporto fica a uns 30 minutos do centro) percebemos a diferença entre as duas cidades, Buenos e Montevideo. Quando você sai de Buenos Aires, uma cidade extremamente movimentada e noturna e vai para Montevideo...que diferença! Como estranhamos de início. Me perguntei: O que eu irei fazer nessa cidade? Além dessa impressão, o hostel que ficamos, Hostel Unplugged Centro, ficava numa parte da cidade bem residencial, sem muito que fazer por lá.





A primeira impressão sobre Montevideo não foi muito legal, confesso. Hahaha Mas depois, a cidade foi me conquistando. Um dos principais motivos foram as pessoas que eu conhecia no caminho. A começar pelo staff do hostel que eram uns fofos, atenciosos e que adoravam falar com as “brasileñas” tagarelas, que eram nós. Era incrível que todas as pessoas do país que falavam com a gente, nos tratavam super bem. Desde o trocador de ônibus até as que estavam nos pontos turísticos e perguntavam se nós não queríamos uma foto todas juntas. Prontamente pegavam nossas câmeras e começavam a “tomar fotos”, e ainda diziam “una pose más.”. rsrs Todos, sem exceções, foram super educados e atenciosos. Incrível de verdade! Isso, sem dúvidas, me cativou muito.


A gente sempre deve sair à rua como quem foge de casa,
Como se estivessem abertos diante de nós todos os caminhos do mundo.
Não importa que os compromissos, as obrigações, estejam ali...
Chegamos de muito longe, de alma aberta e o coração cantando!
Mario Quintana
Para aqueles que, assim como eu, não pensavam conhecer o Uruguai, se arrisquem nessa! Aproveitem essas promoções que está rolando em algumas companhias aéreas e se jogam nos chivitos (“podrão” tradicional do país) e Patrícias (cerveja super conhecida). Haha


Ficamos 4 dias no Uruguai e, garanto, para mim não foi suficiente. Ficava mais uns dias fácil, fácil! Não consegui conhecer tudo o que eu queria, infelizmente. Além disso, Montevideo fica super colado a duas cidades igualmente incríveis e completamente diferentes uma da outra: Colonia Del Sacramento e Punta Del Este. A primeira é uma cidade histórica e a segunda é  ponto certo dos famosos no verão, com praias lindas e casas luxuosas!

A distancia de Montevideo a Colonia  é de aproximadamente 3h e de Montevideo a Punta,  aproximadamente 2h30. Pode parece muito tempo, mas fiquem tranquilos que não é. rsrs. Pegamos um ônibus, por sinal muito confortável e pontual, no Terminal Tres Cruces, que ficava pertinho do nosso Hostel (Ponto positivo para o Unplugged Centro).

 A passagem saiu em torno de 40 reais ida e volta, tanto para Colonia quanto para Punta. 

Para Colonia Del Sacramento um dia pode ser suficiente para conhecê-la. É um típico cenário de filme! Super romântica, histórica, encantadora.. ahhh, amei Colonia! O tempo nublado e meio chuvoso que pegamos no dia só fez dar um toque especial ao lugar! :) 



 Já Punta Del Este, vale a pena passar uma noite por lá e conhecer cidades mais próximas. Fiquei pouco tempo em Punta...queria ter aproveitado mais. Mas, o pouco tempo que fiquei por lá, foi sem igual. A Casapueblo é linda e tem uma das vistas mais fofas que já vi. Vale a pena ir lá e assistir o por do sol super exaltado pelo artista que criou a casa. A casa é também um museu e no por do sol eles colocam o poema lido pelo artista para tocar. Uma pena não ter podido ver e sentir essa emoção. :/


  Da Casapueblo fomos ao porto de Punta e vimos uma das atrações principais, um leão marinho gordinho que só ele!!! :D



Simplesmente não acreditei quando vi aquele bichinho gigante subindo a rampa do porto na minha frente! hahaha Ele coçava a barriguinha e fazia vários barulhos engraçados. Alguém ai estava com medo? HAHAHA mas é óbvio!!! Ainda bem que ele ficou dócil. hahaha

Para finalizar essa postagem, com a certeza de que não contei tudo quanto queria visto que é impossível resumir uma viagem incrível em apenas alguns parágrafos, digo a vocês que ainda estão em dúvidas de ir ou não ao Uruguai, vããooo meu povo! É um país tão pertinho do Brasil e tão encantador que estou até pensando em voltar algum dia. rsrs ;) As pessoas super educadas, as partes da cidade que misturam o antigo com o moderno, belas praias de Punta Del Este e o ar bucólico de Colonia Del Sacramento... todos esses detalhes fizeram a diferença e tornaram essa viagem inesquecível. Uruguai, como amei a sua gente, sua cultura, suas cidades. Saudades! ;)







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